Constipação Intestinal
Para entender constipação, é fundamental conhecer como o cólon (intestino grosso) trabalha. Ao chegar no início do cólon, as fezes apresentam-se como uma pasta líquida (conteúdo de 90% água). Com os movimentos da parede muscular do intestino (peristalse), esta pasta é compactada, e principalmente, a água é absorvida. São os movimentos peristálticos que empurram as fezes em direção da saída (reto).
Fezes endurecidas e secas típicas da constipação ocorrem quando a peristalse está muito lenta e o intestino absorve muita água.
Causas comuns de constipação:
- Baixa ingesta de fibra
- Baixa ingesta de água
- Sedentarismo
- Medicamentos
- Síndrome do Intestino irritável
- Gravidez
- Uso abusivo de laxantes
- Não respeitar o reflexo (vontade) de evacuar
- Acidente vascular cerebral(AVC)
- Problemas do cólon e reto
A causa mais comum de constipação é a baixa ingesta de alimentos com fibras e o grande consumo de gorduras.
As fibras, tanto solúveis como insolúveis, fazem parte das frutas, vegetais e cereais. Elas não são digeridas e também não são absorvidas pelo intestino delgado (órgão especializado na absorção dos nutrientes). As fibras solúveis dissolvem na água tornando-se macia e pastosa. Já as insolúveis passam através do intestino sem alterar muito sua forma. Além disto, a fibra tem a capacidade de reter água, fazendo com que o bolo fecal tenha aspecto macio e volumoso. Isto ajuda a prevenir que as fezes tornem-se duras e secas, facilitando seu transporte.
Líquidos adicionam água ao intestino e incrementam o bolo fecal, tornando os movimentos peristálticos mais fáceis e eficientes. Já bebidas contendo cafeína e álcool apresentam efeito desidratante.
Ausência de atividade física favorece a constipação, embora não se saiba especificamente por quê. Por exemplo, é muito comum a constipação em pessoas que ficam acamadas por longo tempo e não podem se exercitar.
Alguns medicamentos podem causar constipação:
- Analgésicos (especialmente narcótico)
- Antiácidos a base de alumínio e cálcio
- Antihipertensivos (bloqueadores do canal de cálcio)
- Medicamento para o Mal de Parkinson
- Antiespasmódicos
- Antidepressivos
- Suplementos de ferro
- Diuréticos
- Anticonvulsivantes
Pessoas com a SII, tem dificuldade na evacuação devido a episódios de espasmo do intestino que acaba atrapalhando o movimento de propulsão das fezes. Alteração entre diarréia e constipação, distenção abdominal, flatulência também são outros sintomas. Embora os sintomas possam atrapalhar a qualidade de vida, jamais evoluem para alguma doença que ponha em risco a vida. Geralmente piora com o período de estress, ansiedade, entretanto não há nenhuma alteração encontrada em exames de sangue, fezes, exames de imagem, colonoscopia ou mesmo biópsia.
Durante o período de gravidez, a mulher pode tornar-se constipada devido a alterações hormonais e pela compressão do útero aumentado de tamanho sobre o intestino grosso. Idade avançada também afeta a regularidade do cólon pois geralmente cursa com diminuição do metabolismo e com isto diminuição da atividade do cólon e tônus muscular. Além disto, pessoas frequentemente têm dificuldade na evacuação ao viajar em virtude da mudança de rotina, horário e alimentação.
Mitos sobre constipação levam ao uso abusivo de laxantes. Isto é frequente em pessoas que têm a preocupação do dever de evacuar diariamente.
Laxativos não são de maneira geral necessários e podem acabar por tornar-se um hábito. O intestino grosso acaba por depender do uso de laxantes para ter seus movimentos peristáticos. Com o tempo, os laxantes podem danificar as células nervosas da parede intestinal responsáveis pela coordenação dos movimentos, interferindo com a capacidade normal de contração do cólon (peristalse). Da mesma maneira, o uso constante de enemas pode levar a perda da função normal do cólon.
Pessoas que ignoram a vontade de evacuar podem eventualmente parar de sentir este reflexo, tornando-se constipada. Alguns têm dificuldade de evacuar em banheiros fora de casa, outros não vão ao banheiro por que estão ocupados ou por estress emocional. Tudo isto acaba por atrapalhar o hábito intestinal regular.
Doenças que causam constipação incluem alterações neurológicas, metabólicas e endócrinas e outras doenças sistêmicas que acabam por alterar o funcionamento global do organismo. Estas alterações diminuem a movimentação das fezes através do cólon, reto e ânus.
Segue a relação destas alterações:
Alterações neurológicas
- Esclerose múltipla
- Doença de Parkinson
- Pseudo - obstrução intestinal idiopática
- Acidente vascular cerebral (derrame cerebral)
- Esclerose múltipla
- Lesões na medula espinhal
Alterações metabólicas e endócrinas
- Diabetes
- Doenças da tireóide (Hiper ou hipotireoidismo)
- Uremia (mau funcionamento dos rins)
- Hipercalcemia (excesso de cálcio)
Alterações sistêmicas
- Amiloidose
- Lúpus eritematoso sistêmico
- Esclerodermia
Obstrução intestinal, aderência, diverticulose, tumores, estenose coloretal (estreitamento do intestino) e doença de Hirschsprung.
Algumas pessoas têm constipação intestinal que não responde ao tratamento convencional. Esta condição rara, conhecida como constipação idiopática (origem desconhecida) pode estar relacionada com problemas na função intestinal (movimentos) decorrente da desregulação hormonal ou com o sistema de nervos e músculos responsáveis por toda função motora do órgão. Esta constipação dita funcional atinge todas as idades, sendo mais freqüente nas mulheres.
Inércia colônica e trânsito intestinal lento (retardado) são dois tipos de constipação funcional causados pela diminuição da atividade muscular. Estas alterações podem afetar todo o intestino grosso ou apenas sua parte final (cólon sigmóide).
Os quadros de constipação funcional decorrente de alterações ao nível de reto e ânus são conhecidas por alterações anoretais ou anismus. Estas alterações tendem ao não relaxamento da musculatura anoretal, responsáveis pela permissão da passagem das fezes nas evacuações.